Coluna do Silvola

Pessoal...faltando uma semana para o início da nossa festa...nosso amigo Silvola, nos presenteou com palavras preciosas.

Acho que com esse texto, todos vão chegar em Guaxupé na próxima sexta com espírito dos Bozós a flor da pele.

Bozó´s 10 anos: O início, o meio e o nada.

É, passou rápido.
Como passou...

Da despretensiosa idéia no antigo “Casablanca” até o presente momento, o tempo incrivelmente bateu asas.Voou.

Os rostos, antes imberbes para alguns, não são mais os mesmos.

O que falar, então, da forma física de outros tantos, sofrendo os reflexos de muita cerveja acumulada?

Todavia, inicialmente, farei uma confissão: no início, durante algum tempo, fui reticente, não concordava com o nome do bloco.Compreendia, sim, o termo sintetizava uma alcunha que nos cabia perfeitamente, dado a incrível quantidade de bobagem proliferada por minuto.Daí até o primeiro Carnaval foi um pulo.

Os primeiros, na casa do Taboão. Tudo na base do improviso. Mal sabíamos que seria um plano piloto para o que viria pela frente.Depois, o galpão da “Esportiva”. Curioso que, apesar do imenso espaço interno, a galera cismava por ficar na rua. Vai entender...

Como esquecer das corridas de caixas de cerveja? Os alucinados sentavam nelas, no início da rampa, e desciam frenética e insanamente. Riscos eram irresponsavelmente ignorados... Mas, quem quer saber de perigo quando se está em paz, entre amigos?

Nesse mesmo ano, 2003, o bloco, estranhamente desestimulado, ao contrário do ano anterior, auferiu o prêmio de bloco mais animado, honraria esta concedida pelo Clube Guaxupé. Talvez a consciência tenha pesado e os julgadores resolveram justificar o ano que passou.

365 dias depois, uma volta as origens: nada de barracão alugado e dá-lhe confinamento na nossa querida ”Casa da Tia Yvone”.O tempo não ajudou. Foi cruel demais, fazendo com que ficássemos trancados todos os dias.Porém, a mente “cabulosa” dos Bozó´s é capaz de proporcionar momentos realmente tocantes.

Eis que surgiu “Os eliminados”, que consistia numa anotação daqueles que, por ventura, não davam conta da, digamos, maratona etílica. Ao final, após a realização de uma repescagem, heroicamente vencida por este redator, formou-se o grupo participante da final que, apesar do esforço coletivo, ficou com o nosso amigo Lucas.

Chegam os festejos carnavalescos de 2005 e com ele uma boa novidade: os Bozó´s estavam de “casa nova”. O barracão alugado na rua do hotel Marambaia foi, pra alguns, o momento mais marcante do bloco. Foram cinco dias de intensos gracejos e sacanagens com o próximo, sendo que os novatos, à época, experimentaram o batismo, como espécie de estágio probatório. Além do já famoso funil, tinham que servir decentemente os veteranos.

Insta destacar uma inovação que cativou a todos: foi produzida uma “fantasia” de trio elétrico, “incorporada” pelo Lucas, o que propiciou o prêmio de Originalidade.O mesmo barracão perdurou no ano seguinte, naquele que seria, então, o último Carnaval dos Bozó´s.

Esse período ficou marcado pela quantidade de cerveja estupidamente... quente que consumimos. Contudo, mais uma vez, conquistamos o troféu de bloco mais animado do Clube, momento orgasmático para nosso estimado Thiagão que, da parte superior do salão, se regozijava com os apupos e cânticos a ele destinados.Há quem diga que lágrimas lhe escorreram pela face...

Por falar em canções atinentes ao nosso “muso inspirador”, paródias não lhe faltam. Tudo começou com o “Thiago, por favor vá embora”. Não está descartada a idéia da gravação de todo o cancioneiro “bozoístico”, embora, saibamos, tudo não passe de uma divertida tiração de sarro.

Como deixar de citar as duas incursões delitivas do grupo? Sim, Bozó´s também é caso de polícia. As duas subtrações das lixeiras/cabeças de palhaço foram espetaculares. Ora num clube da cidade. Ora num colégio. A chegada ao barracão foi apoteótica. Vagabundo saiu pela porta do clube levando a cabeça debaixo do braços.

Dando bom-dia ao porteiro e tudo...Ademais, mesmo com esse breve apanhado de fatos que nortearam os eventos realizados, faz-se necessária uma ressalva: extra-oficialmente, eram realizadas atividades durante o decorrer do ano.

Das frustradas e algumas poucas bem sucedidas “Enabs”, aos inúmeros sites, passando por antigas colunas que, de certa forma, mantinham um elo entre todos e proporcionava uma interação. Daquelas, destaco a cretina idéia de criar uma fictícia entrevista com um “Bozo” malandro e ácido. Sobrou pra todo mundo...

É, mas assim como mencionado no prelúdio do texto, o tempo passou como num estalar de dedos.E, implacável como só ele, trouxe óbvias transformações na vida de cada um, fazendo com que o ideal “Bozó” ficasse momentaneamente deixado de canto.Muito provavelmente, isso foi positivo. Tudo que é constante cansa, enjoa.

Esse hiato de quatro anos serviu, tenho certeza, para aflorar o desejo de fazermos uma reunião jamais vista anteriormente.Será a última? O fim de um ciclo? Talvez. Admito que essa idéia tem ocupado meus pensamentos.Entretanto, seja como for, a expectativa é de uma realização marcante.Até uma belíssima homenagem em forma de gravação musical recebemos nesse ano.

Vejam só...Caberia aqui citar algumas passagens menos honrosas, como por exemplo... Não, melhor não. O momento não pede esse tipo de recordação.

É tempo de celebração. De utilizar o espaço para, mesmo sem ser porta voz de porra nenhuma, tomar iniciativa e, em nome do bloco, agradecer a todos aqueles que abrilhantaram nossa caminhada.

Mesmo que um pouquinho, por alguns segundos. A importância é de todos.

Desde o ludicismo exagerado de alguns iniciantes até a experiência de tantos outros que, de passagem, nos brindavam com histórias e lições.

Tá, vai, confesso, as lições foram absorvidas na essência, mas nem sempre levadas a cabo. Hehehehehe.

De bom tom seria mencionar nominalmente as figuras que nos ajudaram a trilhar esses 10 anos, porém a memória não é tão sagaz quanto outrora e a possibilidade de praticar uma injustiça é iminente.

O propósito da vida, como um todo, imagino, é não ficar tentando enxergar sentido em tudo. Talvez essa seja a maior definição para esse grupo.

Um brinde a essa maravilhosa incoerência.

E que venha o Carnaval.

Arrivederci.

Hasta la vista.

So long.

E, principalmente,Forte abraço a todos.

Silvio Lepiani.